11 de jan. de 2019

A base para edificação é a Palavra de Deus

A Palavra de Deus deve ser pregada. Não falamos de uma pregação qualquer, da qual hoje estamos acostumados a ver em muitos lugares. Falamos da pregação bíblica, que expõe as Escrituras, apresentando a Deus, sua pessoa e vontade. Esta é a pregação que Jesus fez (Mt 4.17,23; 9.35; 11.1; Mc 1.14,39 e outras), e mandou seus discípulos fazer (Mt 10.7,27; 24.14; Mc 3.14; 16.15,20, e outras). Foi isso que a igreja fez nos primeiros dias, movida pelo Espírito Santo (em quase todo o livro de Atos temos citação disso).

Devemos pregar a Palavra de Deus, a palavra da fé (Rm 10.8). Ela é usada pelo Espírito Santo para produzir fé nos corações (Rm 10.17). E é a fé que nos conduz a prática. Aquele que ouve e não pratica, é porque não desenvolveu a fé na Palavra poderosa de Deus. Se não unida com a fé, o ouvir a Palavra para nada aproveita (Hb 4.2). A Palavra deve ser ouvida com fé, porque é de Deus (Gl 3.2).

O que torna a pregação tão especial, não é a sua forma, apesar de vermos indicação nas Escrituras disso, mas o seu conteúdo poderoso. A Palavra de Deus não volta vazia (Is 55.11), cumpre o que o Senhor determinou. Seja para a salvação, seja para a edificação da igreja.

A principal tarefa de quem cuida da edificação é pregar a palavra de Deus. Desta forma entenderam os apóstolos quando se viram ocupados com outras tarefas (At 6.2-4). O labor na pregação e ensino é motivo de maior honra entre os que governam a igreja (I Tm 5.17).

Não confundamos a pregação bíblica com exposição de conhecimento humano. A verdadeira pregação é exatamente a proclamação da sabedoria de Deus (I Co 1.17-31).

“Visto como na sabedoria de Deus o mundo pela sua sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação os que crêem” I Co 1.21

Interessante notar que o que Paulo escreveu acima está no contexto do problema da divisão da igreja em Corinto. Paulo identificou o problema da divisão com a falta de percepção dos irmãos sobre a natureza da sua pregação. A questão é que eles não podiam seguir os homens. O que eles receberam foi do Senhor, que dá o crescimento. Os homens são “ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus”, e estes devem ser fiéis à sua Palavra (I Co 4.1-2). O que vemos hoje são muitos se dizendo ministros, mas não vemos fidelidade em suas vidas.

Paulo aplicou o ensino sobre a pregação da sabedoria de Deus, e não do conhecimento humano, para o problema da divisão na igreja de Corinto. “Para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, de modo que nenhum de vós se ensoberbeça a favor de um contra outro” (I Co 4.6).

Não podemos desconsiderar o valor da pregação autêntica, que proclama a Sabedoria de Deus, que produz fé. Que é usada por Deus para nos advertir sobre nossa vida e nos conduzir a santidade. Apesar de muito importante na vida da igreja, a comunhão (koinonia) não tem esse poder. Pelo contrário, ela deve refletir a palavra pregada.

O caminho de volta, para o ressurgimento de uma igreja bíblica, deve, obrigatoriamente, partir da Palavra de Deus. Qualquer estrutura que usemos, inclusive os lares, se não tiver o devido cuidado com a pregação bíblica, se tornará apenas um corpo sem vida. Por mais dinâmicos que possam ser os relacionamentos, não é a comunhão que produz a edificação, mas sim a Palavra de Deus, que nos gerou (I Pe 1.23; Tg 1.18,), que opera em nós, os que cremos (I Ts 2.13), que é “viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” Hb 4.12.

“A palavra de Cristo habite em vós ricamente, em toda a sabedoria; ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em vossos corações.” Cl 3.16

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